1° DE MAIO, SERÁ QUE TEMOS O QUE COMEMORAR?



O que mudou nesses 15 anos? Apenas o aumento dos desempregados no país, a situação Política que anda de mal a pior, a reforma Trabalhista aprovada como golpe brutal nos trabalhadores com condiçoes trabalhistas ainda piores do que já existia e uma reforma da previdência vergonhosa esse é o quadro atual dos trabalhadores brasileiros.

Vamos fazer uma análise?!

Os Trabalhadores têm motivos para comemorar o 1º de maio?
As datas significativas para os trabalhadores geralmente não nascem de um evento feliz da história, mas representam marcos da luta por melhores condições de trabalho.
Com o 1º da maio, a situação não é diferente, pois desde 1886 este dia lembra as dezenas de trabalhadores mortos pela repressão policial, daquele país que se considera a maior e melhor democracia do mundo, os Estados Unidos.
Ao ser transposto para a realidade brasileira, através dos incipientes movimentos operários do início do século XX, o dia do trabalho não perdeu a sua característica de dia de luta e reivindicação por melhores condições de vida, para a classe trabalhadora.
Contudo, a sua incorporação pelo Estado, a partir de 1925, foi gradualmente mudando a natureza do dia do trabalho, que adquiriu uma conotação ambígua: por um lado, Estado, empresas e sindicatos – ideologicamente alinhados com a política governamental – transformaram o 1º de maio em uma festa de natal, com direito a um papai noel vestindo o macacão do trabalhador-modelo de produtividade, distribuindo presentinhos para os filhos dos empregados, sorteando até mesmo carros e apartamentos para os trabalhadores, que certamente não conseguiriam comprá-los com os salários que ganham.
De outro lado, sindicatos com os pés no chão da realidade, ainda prosseguiram com suas manifestações e protestos, lembrando que o dia do trabalho é um dia de reflexão sobre a vida, a dignidade, a liberdade, a sanidade física e mental de quem trabalha, seja homem, mulher, adolescente, idoso, negro, branco ou portador de deficiência.
Neste ano, quando um trabalhador ocupa a Presidência da República, a expectativa poderia ser grande, em torno da possibilidade de, finalmente, comemorar as vitórias obtidas pelas lutas passadas e manifestar a esperança de que dias melhores aguardam os trabalhadores no futuro.
Mas, como poderá haver festa no dia 1º de maio, se 11,6%* (Hoje 12,2%) dos convidados estão sem emprego e 2.557** morreram enquanto trabalhavam, só no último ano? (Dados de 2003)
Os trabalhadores, que ainda possuem trabalho, talvez não possam ajudar a custear a festa, com seus salários defasados e os servidores públicos, que obtiveram o avassalador reajuste de 1%, devem estar economizando para o futuro, quando depois de aposentados serão obrigados a continuar contribuindo para a Previdência Social, se a inconstitucional proposta de reforma previdenciária, do governo anterior/atual, for vitoriosa.
Ao que parece, o dia 1º de maio continuará sendo um dia de sentimentos contraditórios para os trabalhadores brasileiros: enquanto uns dançarão ao som de milionários cantores populares, outros manterão vivo o sentimento que moveu os “Mártires de Chicago” – a indignação diante da injustiça - e irão para as ruas continuar a luta por uma vida melhor.

Texto escrito por: Maria Helena Silva Guthier - Procuradora do Trabalho/ PRT 3a Região/ Minas Gerais.
Ano de publicação 2003.


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